A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) anunciou um investimento de R$ 8 milhões para a continuidade das obras do Projeto Baixio de Irecê, que contemplará as etapas de 3 a 9 e beneficiará diretamente os municípios de Xique-Xique e Itaguaçu da Bahia. O projeto faz parte de uma ampla estratégia de infraestrutura hídrica voltada para irrigação, abastecimento humano e animal, utilizando as águas do Rio São Francisco.
Enquanto isso, a diferença com Pernambuco salta aos olhos.
A Bahia avança com obras estruturantes que garantem segurança hídrica e desenvolvimento regional. Já em Pernambuco, especialmente no Sertão, o que se vê é a ausência de uma política pública sólida e de longo prazo para o uso eficiente das águas do São Francisco.
Em vez de pensar em canais, adutoras e sistemas integrados de irrigação, o Estado continua apostando em soluções emergenciais, como a distribuição de cisternas — medidas paliativas que dependem da chuva incerta e mantêm as comunidades reféns do clima. Quando a seca chega, a culpa é atribuída a São Pedro, e não à falta de planejamento e investimento público.
No entanto, existe uma esperança que, se colocada em prática, poderia transformar essa realidade: o Canal do Sertão.
Sua construção seria a verdadeira redenção do povo do Araripe, garantindo água de forma permanente para consumo, produção agrícola e desenvolvimento econômico. Um projeto dessa magnitude não apenas levaria dignidade e segurança hídrica à região, mas também marcaria um novo ciclo de prosperidade no Sertão pernambucano.
O contraste evidencia uma dura realidade: enquanto a Bahia transforma a água em motor de desenvolvimento, Pernambuco segue à espera da próxima chuva.