A onça que virou um dos
símbolos da tragédia no Pantanal acabou
de gerar uma vida.
Uma
mãe zelosa e furiosa. Sempre de olho no filhotinho, que não para de mamar. O
nascimento do filhote é mais uma vitória da Amanaci. A
onça-pintada foi uma das vítimas do incêndio no Pantanal em 2020. Ela
teve queimaduras de terceiro grau e quase foi sacrificada.
“Ela demorou demais para sair do fogo,
quer dizer para cuidar de se salvar. Ela deve ter tentado salvar um ou mais
filhotes que ela talvez tivesse com eles lá”, diz Silvano Gianni, fundador do
Instituto NEX – No Extinction.
Biólogos e veterinários se uniram para
salvar o animal. A onça se recuperou, mas perdeu as garras e não pode voltar
para natureza.
Ela começou com um namoro com o
Guarani. E, aos poucos, vieram os sinais. O andar passou a ficar mais lento, a
fome aumentou e logo a barriga ganhou volume. Foram 110 dias de gestação até o
parto, momento raro de ser visto na natureza e até no cativeiro.
A Amanaci escolheu a melhor
posição, parecia mesmo já ter experiência com o parto. E em cima do feno,
nasceu o primeiro filhote. E logo depois, o segundo. Infelizmente, um dos filhotes nasceu com má-formação e acabou não
sobrevivendo.
O projeto é preparar a oncinha para
viver no Pantanal e ocupar o lugar que um dia foi da mãe.
“Graças a Deus, a gente pode fazer tudo
pela Amanaci e ela está bem. Só que deixou um buraco no Pantanal e a gente quer
preencher esse buraco com o filhote dela, que tem o mesmo genoma dela, que é do
mesmo bioma, para ver se a gente tenta amenizar a interferência do homem na
natureza”, afirma Daniela Gianni, coordenadora de projetos do Instituto NEX.
Por G1